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Qual a diferença entre adenomiose e endometriose?

Atualização: 19/12/2022 | Saúde

Qual a diferença entre adenomiose e endometriose?

adenomiose e endometriose são doenças ginecológicas associadas ao tecido endometrial, ou seja, atingem os órgãos do sistema reprodutor feminino e causam prejuízos à saúde da mulher.

Apesar de ambas as doenças atingirem mulheres em idade reprodutiva e possuírem características bastante semelhantes, elas são doenças diferentes e que podem coexistir, com potencial de provocar infertilidade feminina.

Antes de mais nada, é preciso entender que existem três camadas que formam o útero, sendo elas, o peritonio na parte externa, a parede uterina, ou o miométrio e o endométrio que reveste a cavidade uterina. O endométrio+ é a camada responsável pelo processo de implantação do embrião durante a reprodução.

Entenderemos um pouco melhor sobre cada uma dessas doenças.

A endometriose

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), define a endometriose como uma doença cuja presença de um tecido semelhante ao endometrial é encontrado fora do útero.

endometriose é dividida em três formas distintas, caracterizadas como:

  • endometriose peritoneal (presença de implantes superficiais no peritônio);
  • endometriose ovariana (implantes superficiais no ovário ou cistos, endometriomas);
  • endometriose profunda (lesão que penetra profundamente na pelve ou nas paredes dos órgãos pélvicos).

No geral, a endometriose é uma doença que afeta entre 5% e 10% das mulheres em idade reprodutiva, podendo ser uma doença assintomática, mas que usualmente se desenvolve acompanhada de algumas manifestações clínicas, que se confundem facilmente com outras doenças ginecológicas.

Dentre as manifestações mais comuns estão a dores pélvicas, as cólicas menstruais intensas, assim como as dores durante as relações sexuais e infertilidade. Alterações intestinais e distúrbios do sono também podem ser considerados sintomas da endometriose.

exame físico junto a suspeita clínica é fundamental para a hipótese de endometriose. Mas é essencial que determinados exames diagnósticos auxiliares sejam feitos, como o ultrassom pélvico e transvaginal, além da ressonância magnética.

Após o diagnóstico preciso da doença, que pode levar até aproximadamente 7 anos, o especialista irá determinar qual a melhor forma de tratamento. Podendo ser um tratamento clínico, por meio de medicamentos, ou cirúrgicos.

A adenomiose

FEBRASGO caracteriza a adenomiose como uma alteração benigna do útero, causada quando o endométrio invade profundamente o miométrio (além de 2,5 mm de profundidade).

adenomiose ocorre frequentemente nas mulheres em idade reprodutiva, sendo uma doença assintomática em 35% dos casos.

As manifestações da doença, sintomas como sangramento menstrual em excesso, além de prolongado, dores pélvicas que irão ocorrer durante ou (em até uma semana) após a menstruação, podem levar à suspeita de adenomiose.

A FEBRASGO ainda indica que dependendo do grau da doença, ela pode estar relacionada com a infertilidade, uma vez que a adenomiose causa irregularidades na cavidade uterina e pode dificultar a implantação do embrião.

Os principais exames para diagnóstico da adenomiose são a ressonância magnética e a ultrassonografia transvaginal, assim como na endometriose.

Diferença entre adenomiose e endometriose

A partir do que foi dito até agora, é possível notar semelhanças e diferenças entre as duas doenças.

As duas doenças são causadas pela presença do endométrio fora do seu local natural. Na a adenomiose ele invade o miométrio, causando um processo inflamatório no útero. No caso da endometriose esse tecido aparece fora do útero.

Além disso, como já dito, ambas podem causar infertilidade, contudo, na adenomiose as causas para que isso aconteça não estão claras.

Por outro lado, a endometriose é uma das principais causas de fertilidade nas mulheres, uma vez que a doença pode se instalar nos ovários formando o endometrioma ou por meio do processo inflamatório que pode afetar as tubas uterinas e o endométrio dentro do útero reduzindo a sua  receptividade ao embrião.

Independente do diagnóstico, seja adenomiose, endometriose ou a junção das duas, o tratamento médico pode ser clínico, cirúrgico com a remoção da doença ou por meio de fertilização in vitro.

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Ginecologista especialista em Endometriose e Reprodução Humana, formado pela Universidade Federal de São Paulo e Professor Adjunto do departamento de Ginecologia da UNIFESP.

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