Conteúdos

Tudo sobre a síndrome da dor pélvica crônica

Atualização: 28/07/2022 | Saúde

Tudo sobre a síndrome da dor pélvica crônica

síndrome da dor pélvica crônica é uma dos principais motivos que levam as mulheres a serem encaminhadas aos serviços de saúde. Essa síndrome é caracterizada por sintomas dolorosos que são percebidos em órgãos pélvicos, além de apresentarem uma duração maior que 6 meses.

De acordo com a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), essas dores pélvicas são descritas como um quadro clínico geralmente desenvolvido por meio de uma série de alterações patológicas do corpo.

Portanto, a síndrome da dor pélvica crônica é uma afecção definida como alta prevalência, capaz de atingir até 26,6% das mulheres em idade reprodutiva, e sua taxa de recorrência durante a vida, pode chegar em aproximadamente 33%.

Além disso, esse quadro clínico pode estar frequentemente relacionado a outros tipos de problemas, como disfunção sexual, ansiedade e até mesmo depressão, sendo também uma das principais queixas das mulheres durante as consultas ginecológicas.

É importante ter em mente que essa síndrome possui origem multifatorial, ou seja, ocorre por conta da combinação de fatores ambientais e genéticos. Esses fatores podem ser divididos em ginecológicos e não ginecológicos.

  • causas ginecológicas: ocorre por meio de doenças como a endometriose, adenomiose, aderências e miomas uterinos;

  • causas não ginecológicas: podem ocorrer por meio de causas intestinais (síndrome do intestino irritável e a constipação crônica),urológicas (cistite intersticial crônica),osteo musculares e distúrbios emocionais.

No geral, a endometriose costuma ser o diagnóstico mais comum entre as mulheres portadoras da síndrome da dor pélvica crônica.

Sintomas

síndrome da dor pélvica crônica, como o próprio nome já diz, tem como principal sintoma as dores na região pélvica, que podem ser agudas ou parecidas com as cólicas menstruais, de forma crônica, ou seja, perduram por mais de 6 meses.

Essas dores também podem surgir de forma repentina e intensa, assim como constante, podendo até mesmo ser uma combinação. O normal, é que a dor pélvica ocorre junto aos ciclos menstruais, seja antes, durante ou após a menstruação.

Tenha em mente que a região pélvica também pode apresentar uma maior sensibilidade e, dependendo do quadro, a mulher pode apresentar secreção vaginal e até mesmo sangramento.

Além disso, é importante destacar que as dores pélvicas podem vir acompanhadas  de náusea, vômito, sudorese ou tonturas, contudo, isso não é uma regra.

Diagnóstico da síndrome da dor pélvica crônica

FEBRASGO considera a síndrome da dor pélvica crônica uma dos diagnósticos mais difíceis para os ginecologistas, uma vez que muitos órgãos e tecidos que compõem a região da pélvis.

Contudo, mesmo sendo de difícil diagnóstico, quando é identificado de forma correta, as chances de sucesso terapêutico são bem maiores. No geral, a anamnese detalhada e o exame físico são essenciais para o diagnóstico preciso.

É importante que durante a avaliação inicial, tanto a história clínica da paciente como o exame físico (para confirmar ou excluir hipóteses) são importantes, contudo, é fundamental levar outros fatores em consideração, como:

  • apresentação de melhora ou piora no quadro;

  • relação da paciente com os ciclos menstruais,

  • hábitos intestinais e

  • atividades rotineiras da paciente.

Exames de laboratório e de imagem precisam ser solicitados após a avaliação inicial.

Além disso, tenha em mente que o exame ginecológico também é crucial para a avaliação da paciente com suspeita de síndrome da dor pélvica crônica, uma vez que visa buscar anormalidades anatômicas e lesões visíveis.

Tratamento da dor pélvica crônica

A dor que constitui a síndrome da dor pélvica crônica pode ser algo perturbante, sendo capaz de proporcionar um grande estresse físico e emocional, assim como diminuir a qualidade de vida e ainda transformar todo o cotidiano dessas pacientes.

Portanto, o alívio dessas dores é um dos principais objetivos do tratamento, contudo, é importante ter em mente que não existem remédios milagrosos para o problema.

abordagem terapêutica precisa partir do resultado da avaliação inicial, após detecção das causas que podem levar a essa síndrome. Médico e paciente precisam conversar sobre expectativas e suas pretensões antes de qualquer coisa.

Segundo a FEBRASGO, para tratar a síndrome da dor pélvica crônica, os procedimentos podem variar entre:

  • tratamento medicamentoso;

  • laparoscopia;

  • cirurgias neuroablativas e

  • tratamento complementar.

No geral, o melhor método de tratamento para o problema deve ser bem debatido com o especialista, e escolhido de acordo com as necessidades e desejos da paciente.

Gostou do artigo? Espero que tenha entendido o que é a síndrome da dor pélvica crônica. Quer ficar por dentro de mais conteúdos como esse? Então acesse o blog e veja as outras publicações relacionadas.

Aproveite também para seguir o Dr. Alexander Kopelman no Instagram e não perder nenhuma nova atualização.

Ginecologista especialista em Endometriose e Reprodução Humana, formado pela Universidade Federal de São Paulo e Professor Adjunto do departamento de Ginecologia da UNIFESP.

Veja também

Tenho endometriose no ovário: o que fazer?

A endometriose no ovário é uma manifestação específica da endometriose, condição ginecológica complexa que afeta milhões de mulheres em…
19 de julho de 2023

A endometriose é grave? Tire suas dúvidas

Por ser uma condição que afeta milhões de mulheres no mundo todo, muitas se perguntam se a endometriose pode…
7 de junho de 2023

Endometriose na bexiga: conheça os tratamentos

Caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial se desenvolvendo na parede da bexiga, a endometriose na bexiga é uma das…
2 de junho de 2023