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Mãe aos 40: uma realidade cada vez mais alcançável

Atualização: 18/01/2023 | Saúde

Mãe aos 40: uma realidade cada vez mais alcançável

Existem muitos motivos que podem fazer com que uma mulher decida ser mãe aos 40 anos. Na maioria dos casos, essas mulheres visam um crescimento profissional e pessoal antes de construir uma família. Por isso, optam por adiar a maternidade.

Essa é uma realidade que ganha cada vez mais espaço, onde pesquisas demonstram que de 100% dos nascidos vivos, cerca de 11% são de mulheres, com 35 anos ou mais. Mas, como isso é possível? Afinal, a fertilidade feminina diminui progressivamente a partir dos 35.

Com o passar dos anos, a mulher vai perdendo seu potencial reprodutivo e, quando chega na faixa dos 35 anos, é comum que a queda seja ainda mais rápida. Por esse motivo, a gravidez aos 40 se torna bem mais complexa, mas não impossível, graças às técnicas de reprodução assistida.

Ser mãe aos 40 e a reprodução assistida, qual a relação?

Definida como uma técnica usada no tratamento da infertilidade, a reprodução assistida pode ser dividida em várias técnicas diferentes, todas com o mesmo objetivo: ajudar o casal a engravidar.

Mais do que isso, as técnicas de reprodução assistida são a solução ideal para mulheres que não querem ser mãe naquele momento. Tenha em mente que o crescimento profissional e pessoal não são os únicos motivos que levam ao adiamento da maternidade — doenças, como a endometriose, por exemplo, também podem causar essa espera.

Mulheres com diagnóstico de câncer, também podem recorrer à reprodução assistida, uma vez que determinados tratamentos podem afetar a fertilidade. Nesses casos, o objetivo das técnicas de reprodução são de preservar a fertilidade da mulher, deixando o desejo de ser mãe para o futuro.

 

Planejando com um especialista é possível ser mãe aos 40

Portanto, a paciente que quer ser mãe aos 40, precisa recorrer a um planejamento gestacional, para haver todo um acompanhamento pré-natal criterioso. Procurar por um especialista em reprodução assistida deve ser o primeiro passo dessas mulheres. Assim, após uma análise, o profissional consegue indicar a melhor técnica para cada caso.

Dentre as técnicas de reprodução assistida existentes, duas são as que mais se destacam quando falamos em preservar a fertilidade para que a gravidez seja adiada. São elas: a criopreservação e a Fertilização In Vitro (FIV) com análise genética dos embriões. Entenda um pouco mais sobre esses procedimentos.

Para mulheres que não tem óvulos congelados e que passam por FIV sem sucesso devido à reserva ovariana muito reduzida (baixa quantidade de óvulos),há uma opção de tratamento com excelente taxa de sucesso: a ovodoação.

Tratamentos para ser mãe aos 40

Criopreservação

Também conhecido como congelamento de óvulos, a criopreservação consiste na preservação da fertilidade da mulher.

A partir do momento em que a fertilidade feminina começa a diminuir, a quantidade de óvulos também reduz, assim como a qualidade dos restantes, tornando as chances de uma gravidez natural ou in vitro cada vez menor.

Por isso, a criopreservação é a técnica ideal para as mulheres que desejam ser mãe aos 40 anos. O ideal, é que a mulher faça o procedimento até os 35, ou o mais cedo possível quando há esse interesse. Quanto mais nova ela for no momento do congelamento, maior a quantidade e qualidade dos óvulos coletados para preservar. Consequentemente, maiores serão as chances de gravidez no futuro quando utilizarem esses óvulos.

Portanto, para congelar os óvulos, é necessário a realização de 3 etapas fundamentais:

  • estimulação ovariana, cujo objetivo é aumentar o número de folículos com óvulos naquele ciclo (dura 13 dias);
  • punção folicular, etapa realizada no laboratório de reprodução sob sedação onde ocorre a extração os óvulos produzidos pela paciente;
  • vitrificação, momento em que os óvulos são colocados em um recipiente e congelados em baixas temperaturas.

Os óvulos ficam armazenados e congelados até que a paciente decida o momento em que quer construir uma família. Quando enfim a decisão é tomada, o embriologista realiza o descongelamento e então realiza o processo de Fertilização In Vitro.

Fertilização in Vitro (FIV) com análise genética dos embriões

Definida como uma das técnicas de reprodução assistida, a Fertilização In Vitro (FIV) tem o objetivo de tratar problemas de fertilidade, aumentando as chances de gravidez.

Costuma ser a primeira opção de tratamento da infertilidade quando a mulher tem mais de 35 anos e é especialmente indicada para mulheres com mais de 40 anos. Nessa fase, para aquelas que não tem óvulos congelados, existe recomendação de FIV com análise genética dos embriões.

O avanço do tempo após os 40 anos tem relação direta com maior risco de aborto e maior chance de problema genético no embrião, especialmente a Síndrome de Down. A análise genética dos embriões reduz a chance de aborto e permite identificar se há um problema genético nos embriões. Só é transferido para o útero o embrião geneticamente saudável.

A FIV consiste em quatro etapas distintas, as quais são: a estimulação ovariana, a coleta dos gametas, a fertilização desses gametas, além do cultivo dos embriões e, por fim, a transferência para o útero.

Contudo, no caso das pacientes que optaram pelo congelamento de óvulos, essa transferência não necessitará da estimulação ovariana e nem da punção folicular — uma vez que foram etapas já realizadas durante a criopreservação.

Tenha em mente que a Fertilização In Vitro é a técnica de reprodução assistida mais utilizada, enquanto a criopreservação é um método complementar que aumenta as chances de uma gestação de sucesso. As taxas de sucesso e os riscos genéticos serão sempre relacionados à idade da mulher no momento em que congelou os óvulos e não tem relação com a idade no momento em que está descongelando.

Ovodoação

A fertilização in vitro com o uso de óvulos doados tornou-se parte integrante do tratamento da infertilidade nos dias atuais.

O procedimento é usado para conseguir a gravidez em mulheres com baixa reserva ovariana, falha recorrente de implantação devido à má qualidade do oócito e abortos recorrentes. Casais também podem optar por usar oócitos doados para evitar a transmissão de doenças genéticas graves.

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Ginecologista especialista em Endometriose e Reprodução Humana, formado pela Universidade Federal de São Paulo e Professor Adjunto do departamento de Ginecologia da UNIFESP.

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